O apóstolo Paulo nos ensina na Carta aos Filipenses, capítulo 2, versículos 6 a 8: “Ele tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz”.
“Kenosis” – conceito teológico que trata do esvaziamento da vontade própria de uma pessoa e a aceitação do desejo divino de Deus. É encontrado no Novo Testamento como o esvaziamento de Jesus: na Encarnação um Deus se esvazia e se faz homem; na Paixão, a completa doação de Si mesmo e na Eucaristia, a eterna entrega.
A Santa Missa é o prolongamento do único sacrifício de Cristo ocorrido há 2.000 anos, atrás, ou seja, a Missa vinculado o Calvário. E é a única Missa celebrada por Jesus Cristo na 5ª feira Santa.
Na 6ª feira Santa, no momento da morte de Jesus na cruz, às 15 horas, muitos cordeiros estavam sendo abatidos no Templo. Na 5ª feira, entre 19 ou 20 horas este ato antecipa o ato da 6ª feira. “Tomai e comei: este é o Meu corpo que será entregue por vós”. A Instituição da Eucaristia antecede o ato do Calvário.
A única diferença é que o sacrifício de Cristo no Calvário foi de forma cruenta e na Missa é de forma incruenta, ou seja, quando recebemos a Eucaristia, pão ou vinho, consagrados, ainda há o cheiro e o sabor dos mesmos – acidente do pão e do vinho. Não é mais pão, nem vinho. Por isso é Sacramento (no Milagre de Lanciano se tornou cruento).
“Por isso Deus o sobreexaltou grandemente e o agraciou com o Nome que é sobre todo o nome, para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho dos seres celestes, dos terrestres e dos que vivem sob a terra, e, para glória de Deus, o Pai, toda língua confesse: Jesus é o Senhor”. (Fil 2, 9-11)
Apesar de ser a presença real do Corpo, Sangue, Alma… temos ainda o Pai. O próprio Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30); “Quem vos acolhe, a Mim acolhe” (cf Lc 10,16).
E na Comunhão recebemos o Espírito Santo. Temos a “Epiclese”: quando na Liturgia da Missa, o sacerdote faz a invocação do Espírito Santo – “Mandai o Vosso Espírito Santo”. A transubstanciação, mudança do pão e vinho no Corpo e Sangue se dá pela ação do Espírito Santo. No sentido místico, espiritual, há a presença do Pai e do Espírito Santo.
“Eu estou no Pai e o Pai está em mim” (cf Jo 14,7-14)
Assim nos diz Santo Agostinho: “não receba este Pão, sem antes adorá-Lo”. É alimento, mas deve ser adorado. Culto de latria: só Deus merece receber.
Na Adoração, prolongamento da Missa: “Todo joelho se dobre...” (Fil 2,10)
Mesmo que fisicamente não se possa ajoelhar, que o coração se curve, se prostre diante de “Tão Sublime Sacramento”.
Seja um adorador. No encontro pessoal com Jesus Eucarístico faça a experiência do auto esvaziamento, que é o “abandonar os próprios interesses” para “buscar a Jesus Cristo e Seu reino eterno”.
Assim como S. Pedro Juliao Eymard nos ensina, peçamos:
Adveniat Regnumn Tuum” – “Venha a nós o Vosso Reino Eucarístico” (Cf Lc 11,2)
Na Capela da Adoração Perpétua, 24 horas Jesus espera por você!