A ideia de reparação é um dos elementos essenciais da espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus. Cristo ressuscitado já não sofre mais fisicamente, mas resta-nos preencher os sofrimentos de Cristo em seu Corpo místico, do qual é a cabeça.
A fundamentação bíblica, teológica e eclesial desta realidade deita raízes na estrada de Damasco…. Saulo decidira cabar com os discípulos do Nazareno. Respirando ameaças, seguia pela estrada. Súbito, ouviu uma voz, com nitidez:
“Eu sou Jesus, que tu persegues” (At 9,5).
Era Cristo revelando que as perseguições à Igreja atingiam seu Divino Chefe.
Na descrição do Juízo final em Mateus, Jesus se identifica com os que sofre, com os pequenos: “Todas as vezes que fizerdes isto a um dos menores destes meus irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25,40).
Quando os apóstolos quiseram saber quem era o maior no Reino dos ceus, o Mestre apontou para uma criança: “Quem acolher a um menino como este, em meu nome, é a mim que acolherá” (Mt 18,5).
O hoje, São João Paulo II, proferiu, em 1986, uma frase histórica, incisiva, apontando caminho para a solução: “A verdadeira reparação é construir sobre as ruínas acumuladas pelo ódio e pela villência, a civillização do Amor, o Reino do Coração de Cristo”.
Ao realizar a reparação espiritual você não apenas se ajoelha humilde, solidário e contrito aos pés do Coração de Jesus, mas vai mais além: mergulha fundo nas águas misteriosas da Santíssima Trindade. Graça, bênção e privilégio com ressonâncias bíblicas e cristocêntricas de eternidade.
Pe. Roque Schneider, SJ