Devemos aprender a lidar com a perda e com a saudade de quem já foi para perto do Pai
Todos passamos ou vamos passar pela experiência da perda de um ente querido, do mesmo jeito que todos sabemos que, um dia morreremos. A vida não nos pertence, assim como nossos entes queridos não nos pertencem. Somos de Deus! Estamos aqui de passagem; não temos morada definitiva aqui, mas caminhamos para a Jerusalém celeste. O céu é a nossa pátria!
A misericórdia infinita de Deus reserva um lugar para cada um de nós. Ninguém deve temer o dia do juízo final. Para muitos, esse será o grande momento de redenção perante o mundo, já que foram vítimas de calúnias, injustiças, mentiras e sofrimentos. O juízo será o momento histórico de reabilitação. Nunca deveríamos ter medo de nos encontrar com o Juiz verdadeiro, que é Deus, porque Ele não é um juiz que me julga: Ele é, acima de tudo, um juiz que me ama.
Nós experimentamos a morte como herança do pecado. A morte é obra-prima do demônio, conforme está no livro da Sabedoria 2: “Foi por inveja dele que a morte entrou no mundo e, por isso, sofremos tanto”. Sendo assim, é fundamental redescobrirmos o sentido cristão da morte. Sem isso é quase impossível a cura de nossos traumas.
O ser humano foi criado para a imortalidade, por essa razão, não gosta de refletir e muito menos conversar sobre a morte, o que não nos livra dela. Muito mais prudente é pensar no assunto, já que, a nossa alma é imortal. Além disso, o pensar na morte nos ajuda a nos prepararmos melhor para esse grande e inevitável dia. Todos iremos morrer, e logo depois da morte vem o Juízo.
Deus quer a salvação de todos
“A morte é terrível para o pecador, mas não para o justo”. Pois “o justo, na morte, é como uma árvore que tomba para produzir, na eternidade, frutos ainda mais belos; já o pecador é a árvore cortada na raiz para ser jogada ao fogo, conforme ensina a Palavra: ‘Toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo’ ” (Mt 3,10).
A alma se fixa no estado em que se encontra. Não escolhemos a hora da morte, mas escolhemos o modo de vida (ou de morte) de nossa alma. Todos somos predestinados ao Céu. Deus quer a salvação de todos, porém, Ele não nos obriga a querer o mesmo.
Como “não sabemos o dia nem a hora”, a sabedoria consiste em sempre estar preparado. Somos todos julgados após a morte. É o juízo particular. Penetrando na eternidade, nos apresentando diante do rei, “e nossa veste deve ser branca” (Mt 22, 1s). Por isso, devemos viver bem para morrer bem. Assim, a morte não nos apavora. No lugar do medo, há confiança.
Padre Léo, scj
Fonte do Artigo: Canção Nova