Aos Irmãos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB
Aos padres, diáconos, consagrados e consagradas
Aos fiéis leigos
da Arquidiocese de Sorocaba
Sorocaba, 7 de março de 2025
Agradeço as manifestações de amor crescente ao longo destes oito anos na Arquidiocese de Sorocaba. Vocês revestiram minhas fraquezas com o manto da misericórdia, me sustentaram em minhas incompetências, me aconselharam nos assuntos que meus conhecimentos foram insuficientes, me apoiaram quando o meu vigor fraquejou. Carrego comigo uma dívida de amor impagável.
A todos os que ofendi, ignorei ou decepcionei, peço o perdão e oração.
Tendo sido nomeado Arcebispo coadjutor da Arquidiocese de Belém do Pará, me entristece o fato de ter que me distanciar dos que Deus me fez encontrar. Assim é a vida do bispo: ele precisa lançar raízes e amar de todo o coração os que a ele são confiados, mas deve ter, ao mesmo tempo, o desapego necessário para seguir outros caminhos quando a Igreja o pede. Não é fácil manter o equilíbrio entre o amor e o desapego, a importância de lançar profundas raízes no lugar e de se deixar transportar para onde Deus mandar. Nessa tensão entre a fixação e a mobilidade, entre a casa e a tenda, entre o que amamos e o que iremos amar, está situada a vida cristã. Viver como cristão consiste exatamente em não ter pátria aqui na terra e se sentir em casa em qualquer pátria. Com efeito, “os cristãos vivem na sua pátria, mas como forasteiros. Toda pátria estrangeira é pátria deles, e cada pátria é uma terra estrangeira para eles. Moram na terra, mas têm sua cidadania no céu” (Carta a Diogneto).
Aqui deixo um pedaço de mim e levo comigo um pedaço de vocês.
Com minhas orações,