Nesta semana, Sorocaba se despediu de um padre querido, Padre Alex Kyt. A dor da perda ecoou não apenas nas paredes da igreja, mas nos corações de todos que encontraram nele um guia, um consolo, uma presença constante. E, diante dessa partida, uma verdade se revelou com força: padres não são imunes.
Vivemos muitas vezes com a ilusão de que aqueles que nos confortam espiritualmente estão sempre bem. Que a fé que eles professam os protege de todo sofrimento físico e emocional. Mas essa crença, embora reconfortante, é perigosa. Padres são humanos. Sentem cansaço, enfrentam angústias, carregam responsabilidades imensas — e muitas vezes silenciosas.
Eles estão lá por nos nossos em todos os momentos: batizando nossos filhos, celebrando nossos casamentos, até nos mais difíceis velando nossos entes queridos. Estão presentes quando precisamos de direção, de escuta, de esperança. Mas quem cuida deles? Quem pergunta se estão bem? Quem os incentiva a parar, respirar, cuidar de si?
A saúde dos padres precisa ser pauta. Precisa ser vista, falada, respeitada. Precisamos entender que, por trás da batina, há um coração que pulsa, um corpo que sente, uma mente que também precisa de descanso. Que cuidar da comunidade não pode significar esquecer de si mesmo.
Que esta perda nos desperte. Que nos leve a olhar com mais carinho para aqueles que dedicam suas vidas ao serviço espiritual. Que possamos ser comunidade também para eles — oferecendo apoio, escuta, incentivo ao cuidado pessoal. Porque amar o próximo também é lembrar que o padre, antes de tudo, é nosso próximo.












